segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

#CONTABILIDADE #FINANCEIRA E #GERENCIAL O #SISTEMA #GESTOR DE #CONTROLE PARA AS #EMPRESAS - I

CONTABILIDADE FINANCEIRA E GERENCIAL O SISTEMA GESTOR DE CONTROLE PARA AS EMPRESAS

MÓDULO I - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE

1.1 A CONTABILIDADE NA ANTIGUIDADE

1.2 EVOLUÇÃO CONTÁBIL

1.3 A ESCOLA ITALIANA (EUROPÉIA) DE CONTABILIDADE

1.4 A ESCOLA NORTE-AMERICANA

1.5 O ENSINO DE CONTABILIDADE NO BRASIL

1.6 CONHECENDO CONTABILIDADE

1.7 “CONTROLER” - A IDENTIFICAÇÃO EXATA DO CONTADOR

1.8 CONCEITO DE CONTABILIDADE

MÓDULO I - INTRODUÇÃO À CONTABILIDADE

Com o passar do tempo, nós profissionais ficamos com idéias fixas naquilo que desenvolvemos rotineiramente. Desta forma, sempre precisamos estar buscando a nossa história, as nossas raízes, para valorizarmos e, mesmo, relembrarmos teoricamente de onde veio toda a nossa capacidade de realizar as funções profissionais.

Também demonstrar para as pessoas leigas, como por exemplo, muitos empresários que ainda não sabem a evolução histórica e teórica da nossa profissão.

Pensando nisto, realizamos um pequeno histórico de contabilidade, desde o seu nascimento histórico até os nossos dias, demonstrando todas as fases de como se realiza a formação contábil.

1.1 A CONTABILIDADE NA ANTIGUIDADE

Há milhares de anos atrás, os homens das cavernas faziam suas anotações de caça, pesca etc., nas paredes das próprias cavernas. Através dos historiadores, descobrimos que estas cavernas estão demarcadas com desenhos e, isto, podemos dizer que são vestígios de que estes homens faziam controles, registros de alguns fatos, informações demarcadas para não serem esquecidas, controles etc.

Com o passar do tempo, se deu a evolução humana; o homem criou um meio de trocar produtos por outros produtos de forma bem rudimentar. Neste momento, podemos dizer que iniciou-se a economia, mas ainda necessitando de vários controles. Com a criatividade do homem, ele não parou e foi em busca de algo que facilitasse ainda mais os seus controles. Foi aí que criaram-se moedas, de ouro, prata e bronze. Reis cunharam seus emblemas, pessoas cultas formaram bancos em praças para negociar e guardar reservas de terceiros, emprestar dinheiro para quem desejava. Comerciantes indo à busca de riqueza em suas viagens, carregando moedas de ouro, pedras preciosas e, com isto, foram acumulando ideologia, os negócios se foram sofisticando, até que foi necessário ter pessoas com capacidade para controlar estes papéis, pois já havia empresas como bancos, empresas comerciais, empresas manufatureiras etc. Desta forma, surgem os guarda- livros, aqueles homens, responsáveis pelas informações e controles das devidas empresas mencionadas. Vemos que em todo este momento já se realizava contabilidade. Desde a criação do homem a ciência da contabilidade estava presente no seu meio.

1.2 EVOLUÇÃO CONTÁBIL

Ao começar a analisar a História, a contabilidade é uma das áreas mais antigas existentes em nosso globo terrestre, pois, desde a existência do homem no planeta, o seu desempenho é realizado em torno desta ciência.

Conforme os historiadores discriminam na sua longa jornada de pesquisas, existem registros contábeis que identificam a existência desta ciência na época dos sumérios (habitantes da região sul da Mesopotâmia, a respeito dos quais se tem notícias a partir do IV milênio A.C. Construíram uma grande civilização cujas origens remontam a 3.300 A.C. Algumas de suas cidades-estados, como Erech, Uruk, Kish, Nipur e Ur, tornaram-se importantes centros políticos e comerciais; construíram canais de irrigação e alcançaram notável perícia técnica e artística, dominando o emprego de metais, como o cobre e o ouro, a prata e bronze e, praticamente, o comércio com regiões distantes. Desenvolveram também a escrita cuneiforme. Os Sumérios foram submetidos pelo Reino de Acad e, após um breve renascimento em 2000 A.C. acabaram sendo absorvidos, com sua cultura, pela Babilônia. Escavações arqueológicas realizadas na região habitada pelos Sumérios revelaram que esse povo empregava tijolo cru (abode) ou cozido, em vez de pedra, em suas construções, e que era comum o uso de mosaicos coloridos na decoração de templos e palácios. Descobriu-se também grande número de estátuas, como a célebre DAMA DE URUK. (Museu de Bagdá), da civilização egípcia e da civilização pré-helênica.

Toda esta história discrimina a vivência concreta da ciência da contabilidade, mas podemos ser ainda mais pessimistas: antes disto, o homem com suas necessidades fisiológicas, já desenvolvia o controle contábil através do controle alimentar, quando se encontra registro nas cavernas através de desenhos, sendo que isto passa a ser muito bem um registro controlável de algo que cada civilização queria identificar para o seu ser no seu dia-a-dia.

Passando por esta fase histórica antes de Cristo, identificamos com mais clareza a modernidade da contabilidade, uma época que deflagrou através de um sábio matemático, que a contabilidade poderia apresentar dados significativos para o homem e o comércio existente na época, ou seja, o MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS, definido e divulgado por um precursor da contabilidade, chamado Frei Luca Paciolli, num período aproximado do século XIII ou XIV.

A partir deste momento vários pensadores e estudiosos viram e apresentaram a contabilidade em várias fases, como as escolas Européias, destinadas para cada pensador uma forma de definição e identificação da contabilidade.

1.3 A ESCOLA ITALIANA (EUROPÉIA) DE CONTABILIDADE

Após o surgimento do método das partidas dobradas (século XIII ou XIV) e sua divulgação através da obra de Frei Luca Pacioli, a escola italiana ganhou grande impulso e se espalhou por toda a Europa.

Dentro da escola italiana várias correntes de pensamentos contábeis se desenvolveram, tais como:

· Contismo

· Personalismo

· Neocontismo

· Controlismo

· Aziendalismo

· Patrimonialismo.

O CONTISMO: Seus defensores adotam como idéia central o mecanismo das contas, preocupando-se basicamente com seu funcionamento e subordinando-as aos métodos de escrituração. Foi a primeira escola de pensamento contábil na escala de evolução cientifica da contabilidade.

Esta corrente de pensamento contábil teve excepcional aceitação na França, onde foram elaboradas diversas teorias sobre contas gerais, destacando-se os trabalhos de Jacques Savary e de Edmundo Degranges.

Savary procurou elaborar um processo de partidas dobradas que se adaptasse às disposições da “ordenança do comércio do mês de março de 1675”, enquanto que Degranges lançou a teoria das cinco contas, na qual enumerava os cinco principais efeitos que servem de meio de troca no comercio, que são:

Mercadoria

Dinheiro

Efeito a receber

Efeito a pagar

Lucros e perdas

A discrição de conta é a impressão de um fenômeno esperado ao patrimônio Aziendal (empresarial) por influência do sujeito Aziendal de seus administradores, quer direta, quer indiretamente, as contas, portanto são expressões de fatos e tais fatos é que devem formar objeto da Ciência Contábil. Através desta corrente de pensamento observam-se os primeiros passos da escola patrimonial.

O PERSONALISMO: deu personalidade para as contas. O personalismo foi uma escola de pensamento contábil que surgiu em reação ao contismo, dando personalidade às contas para poder explicar as relações de direitos e obrigações.

Nessa época ainda não se havia pensado em dar fundamentação jurídica às contas. Foi Guiseppi Cerboni, que, aceitando o princípio da personificação das contas, deu-lhe o conceito jurídico dos direitos e obrigações, suprimindo a figura simbólica do administrador e colocando as personalidades (contas) em contato direto com o proprietário.

Ao CONTISMO personalista liderado por Marcki seguia-se o personalismo jurídico de Carboni combatido por Fabio Besta que lhe apôs a nova teoria das contas e valores, isto é, marco inicial do desenvolvimento do neocontismo. As contas passavam a exprimir valores, divididas em dois grupos principais, ou seja, os elementos correspondentes a bens patrimoniais e os derivados referentes ao patrimônio líquido e às suas variações.

NEOCONTISMO, através das contas, que é o controle das empresas, elas passaram a exprimir valores, dando forma para a criação de grupos como bens patrimoniais e o patrimônio líquido, iniciando o controle de bens, direitos e obrigações. O neocontismo de Fabio Besta devolveu à contabilidade o verdadeiro motivo de existir, respeitando pela riqueza patrimonial e, como conseqüência, trouxe grande avanço para o estudo da análise patrimonial e dos fenômenos decorrentes da gestão empresarial.

Fábio Besta procurou conceituar contabilidade como ciência econômica e, observando as fases da administração, distinguiu as seguintes:

Fase da gestão econômica;

Fase da direção e controle.

Através destas fases surge outro espaço para pensamentos contábeis que denominou-se controlismo.

CONTROLISMO: forma de controlar alguma coisa, ou seja, algum bem, direito ou obrigações de uma empresa.

Com o desenvolvimento das idéias do controlismo, pode-se, perceber que muitos fatos, devido à sua natureza técnica, escapam a vigilância contábil. Por outro lado, o controle econômico pode ser considerado como uma das finalidades dos sistemas de escrituração, contudo não abrange em sua totalidade o objeto da contabilidade.

Os fenômenos relacionados com a formação dos custos, com a realização da receita, com equilíbrio financeiro e outros que provocam variações patrimoniais, são objeto de operações de controle mas, a contabilidade não se limita apenas a esses aspectos. Enfim, o conceito de contabilidade é muito mais amplo, ou seja, contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio das empresas.

AZIENDALISMO: os precursores deste pensamento, queriam mostrar que o fundamento, era ter acrescido a parte cientifica da contabilidade, sendo, a organização, administração e o controle, contribuindo assim, à ciência administrativa e esquecia-se do campo da contabilidade ao levantamento patrimonial, só se lembrando das empresas.

Guiseppe Cerboni e Fabio Besta, representantes das escolas que defendiam respectivamente o fundamento jurídico e o econômico da contabilidade, reconhecendo que as escolas que giram em torno do mecanismo das contas haviam falhado no seu propósito de considerar a contabilidade como ciência econômica, dirigiram seus estudos para o campo das aziendas, objetivando provar as suas teorias, acrescentando a parte cientifica da contabilidade à organização, administração e o controle. Desta forma, conseguiram elaborar novas teorias que foram incorporadas à contabilidade, dando assim, inicio à corrente aziendal que contribuiu eficazmente para o desenvolvimento das ciências administrativas.

Esta corrente demonstra as três doutrinas que formam o conteúdo da economia aziendal: administração, organização e controle e contabilidade. Enquanto os adeptos do aziendalismo defendiam que os fenômenos a serem estudados eram as aziendas, restringindo assim o campo de atuação da contabilidade ao levantamento de fontes patrimoniais, o professor Vicinzo Masi procurava demonstrar que o estudo da contabilidade é bem mais amplo, surgindo daí uma das mais importantes correntes de pensamentos contábeis: o Patrimonialismo.

O PATRIMONIALISMO: cujas idéias e teorias foram definidas por Vicenzo Mais, definiu o patrimônio como objeto da contabilidade.

Segundo a teoria patrimonialista, o patrimônio é uma grandeza real que se transforma com o desenvolvimento das atividades econômicas, cuja contribuição deve ser conhecida para que se possam analisar adequadamente os motivos das variações ocorridas no decorrer de um determinado período.

O fundamento desta doutrina está firmado nos seguintes princípios:

· O objeto da contabilidade é o patrimônio aziendal;

· Os fenômenos patrimoniais são fenômenos contábeis;

· A contabilidade é uma ciência. E a ciência é o conjunto de conhecimento;

· A contabilidade é uma ciência social;

· Divide-se a contabilidade em dois ramos distintos na sua parte teórica, a saber: Estática patrimonial e dinâmica patrimonial;

· O patrimônio, objeto de indagação, deve ser observado em seus aspectos qualitativo e quantitativo;

· O fenômeno conceitua-se como todo acontecimento que se verifica no patrimônio;

· A contabilidade não se confunde com o levantamento patrimonial, que é apenas uma de suas partes;

· A contabilidade relaciona-se intimamente com diversas outras ciências, tais como: Direito, Economia, Sociologia, Matemática e muitas outras áreas.

· O método usado pela ciência contábil, preferencialmente é o indutivo, ato ou efeito de induzir, causar, inspirar, mover, levar e arrastar alguma informação do patrimônio;

· O fim ou aspecto de observação da contabilidade é o da finalidade aziendal, ou seja, o cumprimento dos objetivos a que se propôs o sujeito aziendal.

Nas pesquisas desenvolvidas pelos estudiosos do patrimonialismo destacam-se dois aspectos do patrimônio, a saber:

· Estático: compreende o estudo que permite o conhecimento em dado momento, da situação do patrimônio de uma azienda.

· Dinâmico: estuda as variações provocadas pelos fatos administrativos gerando aumento ou diminuição da situação patrimonial líquida.

Para atingir os seus objetivos quanto a estática e dinâmica patrimonial, a contabilidade usa o método indutivo, observando os fatos que ocorrem no seio das aziendas e que determinam as suas variações. Utiliza-se de instrumentos que lhe são próprios para registrar, controlar e demonstrar as modificações no patrimônio, através da escrituração, do calculo e da estatística.

A contabilidade é a ciência (conjunto de conhecimento) que estuda o patrimônio das aziendas.

As teorias desenvolvidas pela escola italiana trouxeram valiosas contribuições para o desenvolvimento da contabilidade. Todo arcabouço teórico que suscitou a ascensão da escola norte-americana se originou nesta fantástica escola de pensamento que, do contismo ao patrimonialismo, provocou a importância da contabilidade, demonstrando em cada época, de acordo com o cenário, o pensamento corrente e suas bases teóricas.

É de nosso conhecimento que a contabilidade acompanha a evolução das sociedades, cidades e nações. No início do século XX de maior desenvolvimento industrial e comercial passou a ser na América do Norte, mais praticamente nos Estados Unidos, o eixo da evolução da contabilidade, se deslocou em função desse cenário, provocando, com isso, a decadência da escola européia de contabilidade.

Além desse aspecto, outros fatores contribuíram para a decadência da escola européia (italiana), dentre as quais se destacam:

· A preocupação demasiada em demonstrar a contabilidade como a ciência, esquecendo de que o mais importante é conhecer bem as necessidades informativas dos vários usuários da informação contábil adequada.

· Excessiva ênfase no desenvolvimento das contas sem, contudo adequar essa teoria à prática.

· Baixa remuneração dos profissionais.

· Excessivos números de alunos.

· Queda do nível de ensino.

· Falta de ênfase na área de auditoria, gerar informação precisa a uma repartição.

1.4 A ESCOLA NORTE-AMERICANA

O final do século XIX e inicio do século XX foi marcado por uma série de acontecimentos que deram origem a uma excepcional expansão da contabilidade.

O desenvolvimento do mercado de capitais e o rápido crescimento do comércio e da indústria proporcionaram o surgimento de um campo fértil para o desenvolvimento das Ciências Contábeis, pois, com o surgimento dos grandes conglomerados comerciais e industriais, com participação de inúmeros acionistas, a contabilidade, além de se tornar mais complicada, necessitou de um aprimoramento objetivando atender uns números cada vez mais elevados de usuário, que pressionavam as organizações buscando informações com a finalidade de garantir a segurança de seus investimentos.

As pressões colocadas pelos novos investidores, aliados ao grande desenvolvimento econômico que os Estados Unidos vinham experimentando a partir do inicio do século XX, contribuíram para que no ano de 1930 surgissem as primeiras discussões entre a bolsa de valores de Nova York e o Instituto Americano de Contadores Públicos, visando a promulgação dos princípios de contabilidade.

As maiores influencias sobre a teoria da contabilidade nos Estados Unidos, se deram basicamente:

· No grande avanço e refinamento das instituições econômicas e sociais.

· A revolução industrial com sua influencia na contabilidade de custos.

· No desenvolvimento das Sociedades Anônimas e fusão de empresas, tornando-se grandes e complexas corporações.

· No aumento do número de investidores de médio porte, que desejavam estar permanentemente informados e que, para tanto, pressionavam os elaboradores de demonstrações financeiras e,

· Pelo fato do instituto de contadores públicos americanos ser um órgão atuante em matéria de pesquisa contábil.

A partir daí, o Instituto Americano de Contadores Públicos passaram a ter uma atuação destacada e decisiva para o desenvolvimento da contabilidade e dos princípios contábeis.

A metodologia básica utilizada pela escola norte-americana, no desenvolvimento de novas teorias e práticas contábeis, parte de uma visão dos relatórios contábeis e, em seguida, estuda os lançamentos contábeis que deram origem àqueles relatórios.

A justificativa para a utilização desta metodologia baseia-se na evolução histórica da contabilidade. No principio existiam somente os inventários periódicos, através dos quais se avaliava a riqueza, em determinado momento, assim como a variação dessa riqueza, pela comparação dos inventários dos períodos anteriores com o atual.

Assim sendo, pode-se verificar que na história da contabilidade surgiram primeiramente os relatórios e só a partir do século XV D.C. é que foram organizados os lançamentos contábeis necessários para se chegar a esses relatórios.

Através de estudos realizados buscando a metodologia implantada pela escola norte-americana, pode-se constatar que há uma maior motivação e facilidade para apreender a contabilidade quando se parte dos relatórios e, em seguida, se apresenta o método das partidas dobradas e os registros contábeis.

Os principais efeitos da escola norte-americana são:

· Pouca consideração com o problema inflacionário.

· Pouca importância à sistematização do plano de contas e,

· Tópicos de livros apresentados de forma desordenada.

1.4.1 A Contabilidade no Período da Revolução Industrial (Contabilidade Americana)

Com a revolução industrial, ocorrida de maneira explosiva na América do Norte, em especial nos Estados Unidos fizeram uma junção de contabilidade européia, com a nova contabilidade americana, pois neste momento não mais haviam apenas empresas comerciais, mas também empresas industriais e, a contabilidade demonstrada apreciavam alguns moldes necessários que tornavam preciso ampliar os conhecimentos que, neste período, se formou a contabilidade industrial, com ênfase em custos. Também se deu uma vasta criação de escritórios de auditorias, pois, os empresários, não mais tinham sua administração em controles próprios e sim, precisavam de conferências nas informações para saberem se as caminhadas da empresa estavam bem.

Com isso, vemos uma nova contabilidade, mais evolutiva, mais capacitada e, sobretudo, com maiores resíduos de informações.

1.5 O ENSINO DE CONTABILIDADE NO BRASIL

Nas instituições de ensino superior brasileiras observam-se basicamente duas metodologias distintas aplicadas ao ensino de contabilidade: A primeira, com base na escola italiana, foi, durante muitos anos, a força máxima da expansão contábil no Brasil. Tamanha foi a sua difusão que, assim como na Itália, aqui travavam-se discussões acaloradas acerca das diversas correntes de pensamentos contábeis que formavam a escola italiana.

Com a instalação de multinacionais americanas e inglesas no Brasil, uma nova escola de pensamento contábil começou a se difundir: a escola norte-americana. Paralelamente à instalação das indústrias, instalavam-se também as empresas de auditoria, que influenciaram decisivamente na adoção da metodologia americana de contabilidade, uma vez que os profissionais formados com base na escola italiana já não atendiam às exigências dessas empresas.

Considerada mais tarde, como inadequada e desmotivada, a escola italiana cedeu terreno para a escola norte-americano, cujo método de ensinar e evidenciar a contabilidade foram considerados por alguns pesquisadores como mais adequados e atraentes.

A metodologia preconizada pela escola italiana é a que, ainda hoje, predomina em alguns cursos de Ciências Contábeis no interior do Brasil, tomando como base, alguma definição introdutória de contabilidade, a apresentação dá inicio à teoria do débito e crédito, para em seguida justificar esses procedimentos, ou seja, a escola italiana parte do pressuposto que primeiramente surgem os fatos e estes necessitam ser escriturados. Isto é feito através de lançamentos em ordem cronológica (escrituração) e, é assim que se elaboram os balancetes e outros demonstrativos da estática e da dinâmica patrimonial.

O que torna a escola italiana desmotivadora é que se os alunos não entendem a teoria do débito e do crédito nos primeiros meses de aula, terão dificuldade em acompanhar o curso até o final.

Na década de 80, a metodologia contábil com base na escola norte-americana, ganhou um impulso muito grande no Brasil, tanto à frente a equipe de professores da FEA/USP, que elaborou, inclusive, o livro contabilidade introdutória que se tornou o livro básico adotado na maioria dos cursos de ciências contábeis.

Contudo, a metodologia contábil norte-americana não vem sendo seguida a contento pelos professares dos cursos de ciências contábeis no Brasil. Muitos deles têm abordado, de uma forma muito simplista, os demonstrativos, passando, em seguida, para os lançamentos contábeis. Com isso, os alunos não têm condições de assimilar nem os demonstrativos, nem os lançamentos, pois um volume muito grande de informações é dado num espaço de tempo muito curto dos demonstrativos e os lançamentos são ensinados no primeiro semestre, fazendo com que a aprendizagem seja muito pequena e os alunos fiquem desmotivados com a disciplina.

1.6 CONHECENDO CONTABILIDADE

A contabilidade tem como conceito, a ciência que estuda e controla o patrimônio das empresas.

Mas podemos também identificar este conceito de contabilidade como a geração de informações que são conhecidas no decorrer da apuração dos fatos e, estas informações, sofrem mudanças na composição de bens, direitos e obrigações.

Em síntese: contabilidade registra os fatos e gera informações do patrimônio das empresas.

A finalidade da contabilidade é manter o registro e o controle do patrimônio das empresas, com a finalidade de fornecer informações e interpretações sobre a composição e as variações patrimoniais e, estas informações, são apresentadas aos usuários através de relatórios próprios como:

· Balanço Patrimonial;

· Demonstração de Resultado do Exercício;

· Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados;

· Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;

· Demonstrações do Fluxo de Caixa;

· Notas explicativas;

· Balancete de Verificação;

· Inventário de estoques;

· Inventário patrimonial.

O objetivo de contabilidade é apresentar as informações geradas para que os diversos usuários possam tomar conhecimento da situação da empresa em um dado momento, para tomarem as decisões que consideram necessárias.

Os meios que se utilizam a contabilidade para atingir sua finalidade são:

· Escrituração contábil;

· Demonstrações contábeis;

· Auditoria e Perícia contábil;

· Análise de Balanço.

O objeto da contabilidade é o Patrimônio.

Patrimônio: é o conjunto de bens, direitos e obrigações das empresas.

Ato administrativo: são acontecimentos que ocorrem na empresa e que não provocam alterações no patrimônio.

Fato Administrativo: são acontecimentos que provocam variações nos valores patrimoniais, podendo ou não alterar o patrimônio líquido.

Contas: é o nome técnico dado aos componentes patrimoniais e aos elementos de resultados.

As contas classificam-se em:

Contas Patrimoniais;

Ativo: compõe o conjunto de bens e direitos;

Passivo: compõe todas as obrigações.

Contas de Resultado;

Receita: é o reembolso de capitais investidos em bens e serviços, ou a remuneração de capitais investidos em bens para rendimentos.

Despesas: representam uma inversão de capital, no sentido de cooperar na produção ou distribuição de riqueza.

Custos: representam as múltiplas aplicações de bens ou serviços, para obtenção de um bem de uso ou de troca.

Plano de contas: é um elenco de todas as contas previstas pelo setor contábil da empresa como necessárias aos seus registros contábeis.

Métodos das partidas dobras: é a forma de realizar as devidas escriturações contábeis, sendo elas:

Débito: compõe o aumento das contas do ativo e das despesas;

Crédito: compõe o aumento das contas do passivo e das receitas.

Seguindo os métodos das partidas dobradas a interpretação de debitar e creditar uma conta em um lançamento contábil é fácil interpretar a classificação, entendendo o sistema apresentado no quadro abaixo conforme segue:

GRUPO

IDENTIFICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO

ATIVO

Aumentou (+) Bens e Direitos.

Débito (D)

ATIVO

Diminui ( -) Bens e Direitos.

Crédito (C)

PASSIVO

Aumentou (+) Obrigações com terceiros e proprietários.

Crédito (C)

PASSIVO

Diminui ( -) Obrigações com terceiros e proprietários.

Débito (D)

RECEITA

Aumentou (+) Vendas e/ou Prestação de Serviço.

Crédito (C)

RECEITA

Diminui ( -) Vendas e/ou Prestação de Serviço.

Débito (D)

GASTOS

Aumentou (+) Despesas, Deduções s/Vendas e Custos.

Débito (D)

GASTOS

Diminui ( -) Despesas, Deduções s/Vendas e Custos.

Crédito (C)

Fonte: Wagner Luiz Marques

1.7 “CONTROLER” - A IDENTIFICAÇÃO EXATA DO CONTADOR

Para identificarmos a postura atual do contador, devemos conhecer toda a sua trajetória e origem, tudo o que acarretou para chegar-se à necessidade da participação do “controler” nas empresas, um profissional da alta administração que auxilia nas tomadas de decisões.

Um “Controler” é um contador atualizado, aquele que desenvolve toda a ciência de estudar e controlar o patrimônio das empresas, acrescentando detalhes que acarretam na satisfação dos empresários e melhoria das empresas. Ele atua como contador gerencial. É o profissional a quem se atribui a responsabilidade da contabilidade gerencial. É o que exerce a função de gerente da contabilidade, portanto, incumbido de gerenciar a execução dos trabalhos contábeis em todos os níveis, tais como: organização, coordenação, planejamento, finanças etc.

Esta área de atuação do contador está em plena ascensão, assim como toda a caminhada exercida por esta ciência que vem demonstrando pleno vigor. Desta forma, principalmente com a concorrência que todas as empresas passam enfrentam hoje, a necessidade em ter um profissional deste é de suma importância.

Não importando o porte da empresa, todas terão que buscar apoio neste profissional, pois, a partir das informações geradas e avaliadas, é que o empresário poderá tomar suas decisões corretas e bem aplicadas.

Este profissional tem o poder do conhecimento em fazer gerir os devidos atos que acontecem nas empresas, transformá-los em fatos, que servirão como subsidio para execução da boa nova empresarial.

O primeiro passo que este profissional deve dar é conhecer toda a evolução contábil, para poder avaliar sua determinada profissão.

Em seguida, buscar os conhecimentos teóricos de como realizam a execução de uma contabilidade, sabendo que nesta parte incluem-se conhecimentos conceituais de toda a contabilidade básica.

Conhecedor da teoria, este profissional passará a realizar práticas de fazer contabilidade, buscar o entendimento de como se realiza a formação das contas, por que se localizam nos seus devidos grupos e juntamente com o método das partidas dobras.

Neste momento, o profissional passa a fazer parte do “hall” conhecedor de contabilidade básica. Agora, irá se aperfeiçoar em cada fase de existência da contabilidade e buscará entendimento em:

· Contabilidade e análise de Custos;

· Sistema de Informações contábeis;

· Contabilidade Comercial e Industrial;

· Contabilidade Pública Orçamentária;

· Legislação Tributaria;

· Contabilidade Rural;

· Auditoria e Perícia contábil;

· Controle Orçamentário Empresarial;

· E muitas outras áreas que complementam o entendimento das diversas Áreas citadas.

Com estes conhecimentos que o profissional adquirirá ele unirá o estágio da vida prática com o arcabouço teórico e poderá tornar-se o maior e melhor profissional que as empresas necessitam, pois este profissional terá possibilidade de, não só assinar os documentos que fazem necessários e exigência perante a lei, como também, poderá sugerir idéias e contribuir para as tomadas de decisões, porque este profissional terá em suas mãos todas as informações necessárias e saberá como está a posição patrimonial da empresa.

O contador hoje deixou de ser simplesmente o guarda- livros de informações, ou seja, aquele que registrava todos os fatos que ocorriam e, logo em seguida, empilhava os livros de escrituração na prateleira e apresentava um relatório sem análise e sem vida , voltando para sua posição rotineira de sentar-se na sua cadeira e ficar atrás de uma escrivaninha.

Em meados do século XX e, a partir deste novo século, este profissional não mais existi, o que fará parte do mercado profissional é aquele contador dinâmico, conhecedor de todos os acontecimentos empresariais e formador de pensamentos e idealizador de idéias e sugestões.

Em síntese, fará parte do gerenciamento da empresa, pois, o empresário necessitará plenamente de suas informações, pois foi ele que buscou, gerou e analisou os fatos e, com isso, poderá ajudar nas tomadas de decisões e aumentar o patrimônio empresarial.

Este é o profissional do século XXI; a profissão que superará muitas e muitas, pois ela inovou, como foi demonstrado neste breve relato, e faz parte da melhoria do mundo que hoje vivemos e, ainda mais, busca se qualificar, a todo o momento, na qualidade profissional pois, a contabilidade nunca pára, sempre está voltada para o meio social, uma vez que é o homem que faz mover as máquinas, e é o homem que faz crescer o meio econômico em que vive e, a contabilidade é a propulsora para a melhora do contexto histórico humano.

1.8 CONCEITO DE CONTABILIDADE

Vista esta evolução da contabilidade, o conceito de contabilidade cientifica é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades. Mas, também, podemos conceituar a contabilidade, como ciência que registra os fatos e gera informações do patrimônio da empresa.

O objeto da contabilidade é o patrimônio, que é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma entidade econômica / administrativa.

A finalidade da contabilidade é manter o registro e o controle do patrimônio das entidades, com o fim de fornecer informações e interpretações sobre a composição e as variações desse patrimônio.

O objetivo da contabilidade, as informações, deverão ser geradas para que os diversos usuários possam ter conhecimento da situação da organização em um dado momento, para tomarem as decisões que consideram necessárias.

As informações são transcritas através dos devidos relatórios, segundo a Lei 11.638/2007 das Sociedades Anônimas em substituição à lei 6.404/76, conforme segue:

Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados, Demonstrações das Mutações do Patrimônio Liquido, Demonstrações de Fluxo de Caixa e Notas Explicativas.

A lei 11.638/2007 das Sociedades Anônimas, foram realizadas algumas alterações de nomenclaturas que em 03 de dezembro de 2008 foi editado pela Medida Provisória MP nº 449/2008 e aprovado pelo Congresso através da lei 11.941 de 27 de maio de 2009, segundo diário oficial – DOU de 28 de maio de 2009.

1.8.1 Usuários da Contabilidade

Os usuários tanto podem ser internos como externos e, mais ainda, com interesses diversificados, razão pela quais as informações geradas pela Entidade devem ser amplas e fidedignas e, pelo menos, suficientes para a avaliação da sua situação patrimonial e das mutações sofridas pelo seu patrimônio, permitindo a realização de inferências sobre o seu futuro.

Os usuários internos incluem os administradores de todos os níveis, que usualmente se valem de informações mais aprofundadas e específicas acerca da Entidade, notadamente aquelas relativas ao seu ciclo operacional. Já os usuários externos concentram suas atenções, de forma geral, em aspectos mais genéricos, expressos nas demonstrações contábeis.

Em países com um ativo mercado de capitais, assume importância ímpar a existência de informações corretas, oportunas, suficientes e inteligíveis sobre o patrimônio das Entidades e suas mutações, com vista à adequada avaliação de riscos e oportunidades por parte dos investidores, sempre interessados na segurança dos seus investimentos e em retornos compensadores em relação às demais aplicações.

A qualidade dessas informações deve ser assegurada pelo sistema de normas alicerçado nos Princípios Fundamentais, o que torna a Contabilidade um verdadeiro catalisador do mercado de ações.

O tema é vital e, por conseqüência, deve-se manter vigilância sobre o grau em que os objetivos gerais da Contabilidade aplicada a uma atividade particularizada estão sendo alcançados. O entendimento das informações pelos próprios usuários pode levá-los a conclusão da necessidade de valer-se dos trabalhos de profissionais da Contabilidade.

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